8.26.2008

Ácido clorídrico (HCl)

No Jornal de Notícias lê-se:

"O acidente de segunda-feira com um camião cisterna na A29 provocou o derrame de quatro toneladas de ácido clorídrico e destruiu parte significativa da vida no Rio Febros, revelou, esta terça-feira, o vice-presidente da Câmara de Gaia.

Em conferência de imprensa, Marco António Costa lamentou que o acidente tenha afectado um curso de água recentemente recuperado pela Câmara de Gaia e que contava já com fauna própria.

No entanto, o autarca garantiu que a partir de segunda-feira será implementado um novo plano de reabilitação daquele rio que desagua no Douro, junto ao Areinho de Avintes.

"Num dia, a água do rio contava com um ph de 7.1, quase boa para ser bebida. Um dia depois tinha acidez extrema de 3.2", frisou.

Neste momento, porém, a prioridade é continuar a monitorizar a situação e avaliar a extensão dos danos provocados pelo despiste do camião.

"Durante segunda-feira injectámos no rio milhares de metros cúbicos de água para ajudar a diluir o ácido, ao mesmo tempo que realizámos centenas de análises. Parte significativa do ácido diluiu-se, mas outra parte importante ficou depositada no fundo do ribeiro. Em função da dinâmica do próprio caudal, hoje foi-se libertando, provocando a morte da maioria da fauna existente", disse o autarca.

A Câmara de Gaia avisou já a GNR e a Capitania do Douro, de modo a serem levantados autos de notícia e a promover-se uma fiscalização ao longo do curso do rio, proibindo a tradicional pesca que lá existe e avisando as populações para não usarem a sua água nem para a dar de beber a animais nem para rega.

"A intervenção face ao acidente obedecerá a três fases: a primeira, que se prolonga até segunda-feira, implica a monitorização e acompanhamento das medidas cautelares adoptadas. A segunda passará pela renaturalização do rio e da sua fauna, seguindo um plano elaborado pelo Parque Biológico, Águas de Gaia e câmara. Na terceira pediremos contas a quem de direito", sustentou Marco António Costa.

O autarca garantiu que não houve infiltrações do ácido nos aquíferos nem em nenhuma conduta de água e recordou que o rio Febros foi alvo de uma candidatura ao QREN para aprofundar o trabalho de reabilitação já realizado. "Agora mais do que nunca faz sentido essa candidatura ser aprovada", disse."

O ácido clorídrico, cuja formula é HCl, é um ácido forte, de densidade 1,19 g/cm3 (é mais denso que a água), que ioniza completamente. Esta ionização pode-se traduzir pela equação química: HCl (aq.) --> H + (aq.) + Cl- (aq.).
Atendendo à definição de pH = -log[H + (aq.)], que traduz uma escala logarítmica para as concentrações de H + (aq.), a concentração de H + (aq.) aumentou aproximadamente 10+4, ou seja, 10 000 vezes. Para diluir uma solução de pH = 3,2 para pH = 7,1, o factor de diluição, ou seja, a relação entre os volumes da solução final e da solução inicial, é também aproximadamente 10 000.

Enigma 142


Nos pólos faz muito frio. Sem o equipamento certo certamente que iríamos congelar. Mas construir a nossa casa ou o nosso abrigo de gelo não será uma contradição?? Afinal de contas a sensação de frio não irá aumentar numa casa feita de gelo?

Mais um milagre????

No Diário de Notícias de 25/09/2008 encontramos uma notícia, com um título fantástico:

(Águeda. Forno da Urgueira renovado para tradição na serra do Caramulo)

Homem entra em forno a 300 graus para 'milagre'


Milhares de romeiros voltaram ontem a subir cerca de 20 quilómetros na serra do Caramulo para assistir à reconstituição do "milagre da Urgueira" cumprindo uma tradição secular por altura dos festejos de Nossa Senhora da Guia que a Associação Etnográfica Os Serranos retomou em 1996 após um longo interregno.

O momento que conflui todos os olhares sucede quando um homem entra no forno de pão comunitário, aquecido por lenha a arder durante três dias até atingir os 300 graus, de onde retira uma broa de 70 quilos e a exibe, incólume, ao povo por quem será distribuída.

Submetido a obras de restauro executadas pela Câmara aguedense nos últimos meses com a ajuda de velhos mestres pedreiros, o forno legado à população da aldeia da Urgeira no final do século XIX com dinheiro doado pela promessa a Nossa Senhora da Guia de uma família que se salvara de um naufrágio ao emigrar para o Brasil, foi salvo da ruína que ameaçava a própria tradição.

Reza a lenda, num acto espontâneo e temerário, numa vez um homem entrou no forno, onde ardia lenha há vários dias, apenas com um casaco e de tamancos calçados, para depositar uma broa de milho e saiu vivo causando grande estupefacção entre os locais que passaram a crer ter sido um milagre.

Manuel Farias, presidente de Os Serranos, é quem faz de "milagreiro" no terceiro domingo de Agosto desde que a associação resolveu reavivar a tradição que o passar do tempo ameaçava condenar à memória dos mais velhos da aldeia da Urgueira, hoje habitada apenas por uma dúzia de pessoas,

O "milagreiro" da Urgueira não dispensa o casacão grosso de borel que tanto aquece no frio gélido da serra como protege no quente, um barrete apertado às orelhas e um cravo na boca. A encenação com a entrada real no forno dura, ainda assim, apenas nos escassos segundos que é necessário para retirar o pão. Os nacos da broa repartidos pelos presentes são tidos como especiais porque, garante o povo, aguentam muito tempo sem criar bolor.

Este é um exemplo engraçado dos problemas ligados à eficiência energética, nomeadamente a condutividade térmica dos materiais, que os divide em bons e maus condutores de calor. Analisando o texto que descreve os passos seguidos durante o cumprir da tradição verificamos que a pessoa que entra no forno veste um grosso casacão de borel, que no Inverno protege as pessoas das baixas temperaturas, pois este material que é um mau condutor, permite uma pequena taxa de transmissão de calor da pessoa para o meio ambiente.

A energia transferida por condução por unidade de tempo é directamente proporcional à diferença de temperaturas entre os corpos e inversamente proporcional à espessura do material. A constante de proporcionalidade é a condutividade térmica do material. Daí usarmos no Inverno casacos grossos, sermos aconselhados a utilizar vidros duplos nas nossas casas para diminuir a factura energética.

No Inverno quem se encontra a uma temperatura elevada é o nosso corpo e nesta situação é o meio ambiente que se encontra a uma temperatura elevada (300ºC). Mas o grosso casacão irá na mesma impedir que exista um grande fluxo de energia para o corpo da pessoa que entra no forno por condução, pois o material é um mau condutor. Bem como o barrete e os tamancos. O cravo certamente que serve para impedir a pessoa de respirar, porque à temperatura do forno respirar iria certamente causar graves lesões nas vias respiratórias.

8.19.2008

Acabando com mitos...


Uma iniciativa do Pavilhão do Conhecimento que merece destaque: Mitos Urbanos.

Buracos negros que vão destruir a Terra, os químicos que existem nos alimentos, a sorte ou azar no Euromilhões, a capacidade do nosso cérebro e mais alguns mitos urbanos, boatos pseudocientíficos, mensagens de e-mail com textos "científicos"... Cada vez existem mais verdades baseadas em dados científicos que não passam de grandes mentiras, que correm o mundo a velocidades extremas, chegando mais tarde ou mais cedo à nossa caixa de e-mail, que têm uma garnde aceitação por parte das pessoas, que lhes dão crédito devido a um aparente discurso técnico associado.

Uma das lições que a Ciência nos ensina é a necessidade de um espírito crítico, que não aceita logo os dados de outros sem os verificar e sem analisar convenientemente a sua origem. Fica aqui mais um local onde podemos tirar as nossas dúvidas, "desmistificar algumas das mentiras, tretas e lérias que normalmente circulam por e-mail, SMS ou em conversas de amigos. Se tiver dúvidas sobre algum mito urbano, faça-nos chegar o seu contributo através deste formulário. Todos os meses serão explicados nesta página alguns mitos urbanos."

19 de Agosto - Dia Mundial da Fotografia

(Primeira Heliografia de Niépce do quintal da sua casa, obtida por volta de 1826 - Fonte)

Joseph Nicéphore Niépce é responsável pelos estudos iniciais que levaram à fixação de uma imagem num "negativo", iniciados por volta de 1813.

As suas fotografias, apelidadas de heliografias (do grego, impressão pelo Sol) eram obtidas após 8 - 10 horas de exposição, sendo a imagem projectada numa placa de metal de estanho coberta de betume da Judeia (asfalto natural). O betume da Judeia, quando exposto à luz, torna-se branco e endurece. Durante o processo de revelação, o betume da Judeia não exposto à luz era dissolvido com petróleo, obtendo-se desta forma uma "fotografia a preto e branco", consoante a maior ou menor incidência de luz em cada ponto da chapa.

Estas fotografias, no entanto, necessitavam de longos tempos de exposição (10 horas!!!) e apresentavam fraco contraste entre as zonas claras e escuras.

Para melhorar este processo, Niépce ensaiou vários materiais para as chapas, verificou que que uma placa de cobre, coberta com uma fina camada de prata, proporcionava uma tonalidade mais viva e brilhante e maior contraste que os outros materiais (estanho, zinco, papel e o vidro. Posteriormente, utilizou vapores de iodo (em 1811 Courtois descobriu o iodo), após a lavagem da placa com o petróleo, que reagiam com a prata nos locais onde não existia betume da Judeia (zonas escuras). Após todo este processo, a chapa era lavada com álcool que dissolvia o betume esbranquiçado pela luz, descobrindo a prata nesses locais.

O resultado de toda esta evolução técnica era uma chapa fotográfica onde as zonas claras eram dadas pelo metal prateado, e as zonas escuras pela prata atacada pelo iodo, não existindo nenhum betume nem relevo.

Na História da Fotografia segue-se Louis-Jacques-Mandré Daguerre, considerado o pai da fotografia.

8.18.2008

Ciência e Jogos Olímpicos


Numa altura em que o acontecimento do momento são os Jogos Olímpicos, todos falam de Usain Bolt, de Michael Phelps e de Vanessa Fernandes (pelo menos em Portugal), fica aqui um blog muito interessante: The Science of Sport.

Estes Jogos mostram o impacto da Ciência e Tecnologia nos resultados desportivos:
- utilização de novos materiais (materiais à base de carbono, teflon, entre outros);

- imitação da natureza, por exemplo, nos fatos utilizados nas provas de natação, cuja superfície imita a pele dos tubarões e cujas costuras são coladas através da utilização de ultra-sons que possibilitam o aquecimento das fibras do tecidos e posterior colagem;

- utilização de polímeros: as paredes e a cobertura do Cubo de Água utiliza uma estrutura de aço com um revestimento de ETFE - etileno tetrafluoretileno - um tipo de plástico utra-resistente, que possibilita um isolamento acústico e térmico e sendo transparente possibilita a utilização 90% da energia solar para aquecer o interior e suas piscinas, reduzindo os gastos energéticos em 30%;

E a lista poder-se-ia continuar indefinidamente.

Distâncias Nano

(Fonte - o raio de Bohr calcula-se a partir de outras constantes)

Segundo o modelo de Bohr (modelo clássico, embora tenha em conta a quantização da energia) o raio do átomo de hidrogénio, quando o electrão se encontra no estado fundamental é 0,291772108(18) x 10-10 m (raio de Bohr) ou 0,529 Ångström ou ainda 0,053 nanometros.

Numa altura em que a nanotecnologia está na moda, o que é um nanometro, ou seja, a milésima da milionésima parte do metro (1 / 1000 000 000 = 1 x 10-9 m)?

O nanometro está para o metro como um grão de areia com 1 milímetro de diâmetro está para uma praia com 1 quilómetro de comprimento!!!

8.16.2008

Via e-mail: Truque matemático

O texto do mail afirmava:

">> Quem é que me consegue explicar como é isto
possível?
>>
>> Deve haver alguma explicação lógica, mas não
consegui descobri-la até
>> agora.
>>
>> Matemática
aplicada ao seu telemóvel...
>>
>> A matemática tem coisas que
nem Pitágoras explicaria. Aí vai uma
>> delas...
>> Pegue uma
calculadora porque não dá pra fazer de cabeça...
>>
>> 1-
Digite os 3 primeiros algarismos de seu telemóvel (não vale o
>>
indicativo
>> 91, 93 ou 96...);
>> 2- multiplique por
80.
>> 3- some 1.
>> 4- multiplique por 250.
>> 5-
some com os 4 últimos algarismos do mesmo telemóvel.
>> 6- some com os
4 últimos algarismos do mesmo telemóvel de novo.
>> 7- subtraia
250.
>> 8- divida por 2.
>>
>> Reconhece o
resultado???????
>>
>> *É O NÚMERO COMPLETO DO SEU
TELEMÓVEL!*
>> Para esta eu tiro o chapéu..."

Por acaso o resultado não dá o número completo do telemóvel, falta sempre a informação que nos indica qual é a nossa rede. Daí a informação do passo 1, (não vale o indicativo 91, 93 ou 96...). Conseguir fazer isto sem esta informação é que era um belo truque.

Lendo os passos 1 a 8 e para o número de telemóvel 96 ABCDEFG, ou 91 ABCDEFG ou 93 ABCDEFG obtemos: (((ABC)*80 + 1)*250 + DEFG + DEFG - 250)/2 = (80*250*(ABC) + 250 + 2*DEFG - 250)/2 = 40*250*(ABC) + DEFG = 1000 * (ABC) + EDFG = ABC0000 + DEFG = ABCDEFG (o nosso número de temóvel!!!!)

Claro que podemos sempre arriscar 96, 91 ou 93, para tentar impressionar. Afinal temos uma hipótese em três de acertar.

8.13.2008

16 de Agosto - ECLIPSE DA LUA

No próximo Sábado, a partir das 19h 23 minutos, com a duração aproximada de 4 horas, é visível a partir de Portugal um eclipse parcial da Lua.

Mais informações:
(clicar para aumentar)

8.12.2008

Matemática Mágica

1. Pense num número N, entre -10 000 000 000 000 000 000 e + 10 000 000 000 000 000 000.

2. Multiplica-se esse número por 2.

3. Soma-se 20.

4. Divide-se por 2.

5. Subtrai-se N.

O número que se obtém é 10.

Qual é o truque? Não é nenhum truque, mas tendo em conta os passos 1 a 5 temos: ((N*2)+20)/2 - N, ou seja, 20/2, isto é, 10.

8.06.2008

Via e-mail: A TUA IDADE COM CHOCOLATES

Fica aqui um pequeno número de malabarismos com números que, curiosamente, apenas funciona durante o ano de 2008.

1. Quantas vezes por semana te apetece comer chocolate? (deve ser um número maior que 0 vezes e menor que 10 vezes) {Um pequeno acrescento ao texto do e-mail, este número deve ser um número inteiro}



2. Multiplica este número por 2 (para ser par)



3. Soma 5



4. Multiplica o resultado por 50 – Vou esperar que ponhas a calculadora a funcionar




5. Se fizeste anos em 2008 soma 1758. Se ainda não fizeste anos soma 1757.




6 Agora subtrai o ano em que nasceste (número de quatro dígitos).




O resultado é um número de três dígitos. O primeiro dígito é o número de vezes que te apetece comer chocolate por semana.


Os dois números seguintes são…


A TUA IDADE!!! (Siiiiiiimmmmmmm!!! A Tua Idade!!!)


P.S. Analisando a sequência operações indicadas até ao passo 5, concluímos que obtemos algo do género: (C*2+5)*50+1758, ou seja, 100*C + 2008. Prosseguindo com os passos finais da charada, iremos obter: 100*C + 2008 - 19ID, ou seja, o resultado de todas estas operações aritméticas terão que resultar na nossa idade, excluindo obviamente o algarismo das centenas. Uma grande volta para subtrair 2008 - ano de nascimento, ou seja, a forma que usamos habitualmente para saber a idade de alguém que se recusa a divulgar espontaneamente o número.

P.S.II O final do e-mail parece agora um pouco exagerada: "2008 É O ÚNICO ANO, EM TODA A ETERNIDADE, EM QUE ISTO FUNCIONA. ENVIA ISTO AOS TEUS AMIGOS ENQUANTO FUNCIONA". Bastam mudar alguns passos deste algoritmo para que ele funcione, por exemplo em 2009 ou em 2234. Fica aqui o desafio, quais alterações a efectuar?

8.04.2008

A Física e o James Bond

Uma tarde quente de Agosto e um filme do James Bond, “O Amanhã Nunca Morre” (1997) é uma combinação que merece alguma reflexão…Ou talvez não!! Mas quase no fim do filme é necessário parar o barco do vilão para que a Armada Inglesa o possa destruir. Após muitos tiros, a heroína consegue neutralizar os motores do barco e este imobiliza-se. Mais um final feliz se avizinha, só que esta situação não se verifica no mundo real.
A Primeira Lei de Newton ou lei da Inércia, que se ensina na escola por volta do sétimo ano, afirma que quando a força resultante que actua sobre um corpo é nula, este passa a deslocar-se em linha recta com velocidade constante (Movimento Rectilíneo Uniforme). Curiosa a situação em que um barco pára imediatamente após o desligar dos motores. Na realidade o barco iria deslocar-se em linha recta até que a força de resistência da água o faria parar. Na prática para parar um barco, quando a distância para o efectuar é pequena, é necessário colocar o motor em marcha-atrás. A medida que se utiliza para medir a “resistência” que um corpo oferece a alterações do seu estado de movimento é a sua massa. Do nosso dia-a-dia sabemos que quanto maior é a massa de um corpo mais difícil é pará-lo. Por exemplo, todos nós conseguimos segurar uma bola que se remata na nossa direcção, mas será que conseguimos parar um camião, mesmo quando ele se desloca a uma velocidade de 1 m/s?
A título de exemplo, um petroleiro carregado, com a massa de 50 000 toneladas, viajando à velocidade de 12 m/s (43,2 km/h) pára os motores a 25 km do porto onde vai atracar, conseguindo desta forma travar atempadamente. Por outro lado quando andamos num pequeno barco para atracar o motor é apenas desligado a alguns metros do cais.

P.S. A quantidade de acidentes de trânsito que se poderiam evitar se os carros se comportassem desta forma.