8.19.2007

A inteligação de problemas e de soluções

Lê-se hoje no Jornal de Notícias:

Biocombustíveis podem provocar "falta de água"


Ocrescimento da produção de biocombustíveis pode exercer uma pressão "dramática" sobre a ameaça global de escassez de água. Este tema dominou grande parte dos trabalhos da Semana Mundial da Água, um congresso que juntou, em Estocolmo, na Suécia, 2500 especialistas de todo o Mundo. Que deixaram um alerta este pode ser um recurso que coloca mais problemas do que soluções no âmbito do combate contra as alterações climáticas.

A mensagem do encontro é clara, as reservas mundiais de água, cada vez mais ameaçadas por inundações e secas, serão mais bem gastas em comida do que em combustível. "Podemos viver com menos energia mas não com menos comida", sintetizou Suhas Wani, um cientista indiano presente no encontro.

A procura de biocombustíveis, como o etanol feito de milho ou de cana de açúcar, está a aumentarjá que o planeta tenta reduzir o consumo de comsbustíveis fósseis, acusados de contribuir para o aquecimento global. Apesar dos biocombustíveis serem considerados uma alternativa ecológica, os cientistas deixaram o aviso de que os empresários e os políticos estão a ignorar os efeitos colaterais.

"Actualmente, a quantidade de água usada em todo o Mundo na produção de alimentos é da ordem dos sete mil metros cúbicos. Em 2050, a previsão é de que essa quantidade aumente para 11 mil metros cúbicos, o que significa quase o dobro da água utilizada hoje", afirmou Jan Lundqvist, diretor do Comité Científico do Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI). "As projecções indicam que a água necessária para produzir biocombustíveis crescerá na mesma proporção que a procura de água por alimentos, o que representaria a necessidade de 20 a 30 milhões de quilómetros cúbicos em 2050. E isto não é possível", ressalta o cientista sueco.

As mudanças climáticas representam já um forte impacto sobre os recursos hídricos. A necessidade de cumprir as metas do milénio estabelecidas pelas Nações Unidas de reduzir para metade a pobreza extrema no Mundo em 2015, implica um aumento imediato da produção de alimentos. "O aumento da produção de biocombustíveis pode significar, portanto, uma pressão adicional sobre os recursos hídricos", alertaram vários cientistas presentes no encontro de Estocolmo.

O SIWI chamou ainda a atenção para o planeamento das cidades de forma a responder às consequência do aquecimento global. Como perto de 80% da população mundial vive a menos de 50 quilómetros da costa, o SIWI chama atenção para a necessidade de mudar o planeamento urbano para evitar as consequências da subida do nível das águas.

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